sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ambrosia


Vagueia ingênuo com uma carência que grita infame nas noites silenciosas, escuras, desertas com uma solidão grifada de vermelho, - patética, - ele urge.
Incerto, sem som, imune, frio, rodeado de falsas promessas mornas e alienantes. Canta o canto dos miseráveis que já nascem destinados a miséria moral. Mente pequena, alma  liquida, o amor que cabe no bolso. Seu canto esquizofrênico, inconcebível deleite impiedoso pede piedade em tom maior. Com o amor próprio escondido, tímido, careta e covarde nada lhe invade nem causa desequilíbrio.Chuva que não molha. Água que não sacia. Sede que queima na garganta, ludibria. Um pouco de coragem a esse ser doente sem alma nem vontade de sentir.Um pouco de vida solida com uma pitada de poesia carnal, romântica e indiscreta que indigna os reféns do néctar dos deuses, uma ambrosia para os humanos que já foram ha muito castigados, injustamente.
Jade Medeiros.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

like a rose


Deixe de ser patética e pare de ficar se lamuriando sobre a sua unha quebrada e seu coração partido minha querida. Rejeite esse seu ego gigante e lancinante que te engole cega e estúpida. Se abra pra vida sem esse redemoinho sentimental que roda e te faz tonta, te faz humana e desesperada por equilíbrio.
Enterre isso que morreu em você e viva daquilo que ainda dorme, acorde o seu lado selvagem que reside ainda preso e indefeso dentro de ti. E V O L U A. M O V I M E N T E -S E.
Se deixe viver sem essa frescura de quem já sofreu e tem receio, abre a porta menina! Acorda e pisa no chão sem medo. Se for pra cair que caia! Que caia com força e machuque mas machuque de verdade pra você sentir a dor de viver. Não esse sofrimento rosa de quem brinca de boneca escondido depois de ter passado da idade. Cai na real e levanta essa bola porque o mundo te espera de boca aberta e portas fechadas. E não vai ter choro nem vela que vai transformar esse seu orgulho patético em alguma coisa de valor.
Jade Medeiros.

A carta


Conselhos, não siga nenhum a risca! Se baseie na experiência alheia, mas tenha um julgamento sóbrio quando se trata de suas ações.
Ações valem mais do que palavras mas muitas vezes as palavras se fazem necessárias pra gente poder brincar de se iludir com a vida.
A vida nunca foi tão séria com sua mãe faz parecer e nem tão fantasiosa como os contos que você leu. Deixe a seriedade para momentos extremamente necessários mas não se esqueça de rir deles depois.
O sorriso é a curva mais bonita do corpo mesmo não sendo tão verdadeiro como desejaríamos profundamente que fosse em algumas situações.
A verdade é relativa como o amor e tantos outros sentimentos que nos fazemos questão de abrir a boca , arreganhar os dentes e depois cuspir tais verdades na  cara do outro de vez em sempre.
A boca atrai, mas também trai, mostra-se muito eficiente quando se retrai e deixa que o próprio silencio sopre sua verdade em certos momentos.
Os momentos que envolvem sentimentos vão ter prioridade no trono efusivo da memória.
A memória não merece tanta confiança da nossa parte mas nos faz refém de seu único e insubstituível atributo.
Julgamentos serão feitos sem necessidade, amizades serão perdidas por motivos deprimentes e corações partidos por pessoas levianas, independente de quantas poções da maturidade você tome, são seus erros que te transformarão em quem você é da forma mais clichê possível.
A questão é, o que você vai sentir ao olhar pra trás? Se brotar um sorriso nos seus lábios ao ouvir essa pergunta então esquece! Continua do jeito que está, porque pelo menos algumas pessoas e algumas coisas valeram a pena em meio a essa baderna moral que é a vida.
Jade Medeiros.

sábado, 4 de agosto de 2012

Primavera


Primavera se foi e com ela meu amor, porque os amores intensos são assim mesmo duram pouco numa profundidade catastrófica, a musica pode até ser suave mas o sentimento meu bem, queima vermelho e demasiado, sem piedade nem por um louco segundo de agonia, mas a culpa tem um nome, primavera. Que se faz perfumada que sopra leveza mas quando venta estraçalha e destroça como se todas as estações viessem de mãos dadas te desejarem um bom fim de semana com uma ironia tão sincera que chega a ser bonita. A alegria curta que depois mata só por ir embora chega tão radiante e se vai tão podre e feia, que quando retorna eu abro os braços só pra poder esquecer a dor por mais uma estação. Que o furacão volte rancoroso e vingativo. E que me derrube, rasgue, machuque, dentre quatro estações a primavera me da a certeza de retorno mesmo que uma única que vez. E é só disso que eu preciso.
Jade Medeiros

Te devoro


Teus sinais me confundem da cabeça aos pés mas por dentro eu te devoro, é realmente assim nesse ritmo meio desconecto e impreciso que me faço forte e seguro tudo que me impulsiona pra te devorar em silencio, calma, sangrando de mansinho como se valesse a pena sofrer de vez em quando ou sempre não faz diferença por você o sofrimento confuso é permanente.
Sem contar os dias que me faz morrer sem saber de ti jogado a solidão, mas se quer saber se eu quero outra vida? Não.Não. Típico, como se eu fosse o Djavan das histórias de amor. Sem jeito de correr o dano já esta feito. O jeito é viver na bagunça sentimental e te devorar  vez ou outra.
Jade Medeiros.

Dark side



No espaçamento que reside dentro de mim delimitado e muito bem povoado creio eu, achei um lugar obscuro que mata a alma quando quer como se tivesse um super poder designado para o mal, algo meio que radioativo, uma praga que afaga a pele. Mas mesmo assim eu deixo esse lugar obscuro me torturar com todo seu ilustre poder secreto por acreditar que necessito dele. Acredito que todos nós necessitamos de algo que nos mate de vez em quando só pra poder reviver de um jeito meio fênix, de um jeito que revigora e limpa o que tinha de podre no olhar, na rima, na alma, na linha traçada pelo destino, patético e ridículo que ousa me atravessar só pra mostrar que é superior, como se ele realmente precisasse disso. Ambos sabemos que não precisa.
Jade Medeiros.